A Umbanda, religião que vem se firmando entre o povo brasileiro, é um agrupamento de seres humanos com as mesmas afinidades religiosas, que se encontram mais ou menos no mesmo estágio de evolução. Essas pessoas usam ritos, cerimônias, atos e procedimentos próprios que julgam adequados de se harmonizarem com seus guias e dele obterem proteção e ajuda na resolução de problemas materiais, psíquicos, psicológicos e espirituais ou lutarem contra as adversidades da vida.
Cada adepto tem obrigações a cumprir para agradar os seus protetores, angariar-lhes a simpatia e pedir o seu auxílio nas lutas do dia-a-dia. Mas, para que o guia ou protetor se manifeste em alguém é necessário que esse alguém seja médium, isto é; aparelho com disposição de se deixar incorporar por ele e deixá-lo agir em benefício de outros e do próprio médium, vulgarmente chamado “cavalo” por dar passivamente ao espírito desencarnado, servindo de intermediário entre o guia e os irmãos encarnados. A Umbanda é a reunião cujas mentes se afinam entre si, sob a direção de um dirigente denominado pai ou mãe-de-santo. Os trabalhos são feitos em salões, salas, templos, cabanas, cujos assoalhos, às vezes, são de terra batida ou cimento. No interior do local existe um altar chamado conga ou pegí, onde se colocam imagens de santos católicos, índios, preto-velhos e outras entidades. Há um espaço reservado para assistência com bancos ou cadeiras e outro em frente ao altar, no qual os médiuns recebem incorporações e trabalham. Para cumprirem as missões, utiliza-se de vários objetos e coisas próprias do ritual, tais como: velas, defumadores, flores, água para purificação, pembas (espécie de giz para riscar pontos e desenhos cabalísticos), roupa apropriada, geralmente branca, colares, banquinhos, guias, cuias e outros. Antigamente entre os feiticeiros, magos, bruxos, pajés, eram comuns os trabalhos ritualísticos preparatórios para se conseguir uma manifestação de espíritos, por menor que fosse. Atualmente, com a mediunidade quase geral e rotineira, já não há necessidade de danças grotescas, aparatos ritualísticos, queima de ervas odoríficas em excesso e preparações cabalísticas para conseguir um fenômeno espírita. Estas nada mais eram que a manifestação de alguma entidade desencarnada atraída pelo ambiente propício e convidativo que lhe ofereciam.
A Umbanda existe para combater o mal causado pela outra banda, ou seja a maldade. Ela representa um exército dentro da espiritualidade e no círculo de suas atividades, empunhando a “Bandeira Branca da Paz”. Simbolizando as forças do bem, seus Orixás e soldados são os Caboclos (índios), Preto-velhos, Baianos, Boiadeiros, Oguns, Eres (crianças) Exus e vários outros que lutaram espiritualmente contra as forças do mal e os Anjos de guarda.
É claro que não é possível esgotar todo nosso assunto por aqui. A espiritualidade é imensa, infinita e complexa e vai se descobrindo à medida que também alcançamos degraus mais elevados.
